Foi um
dia repleto de actividades, sempre com o futebol em pano de fundo. Cerca de 150
crianças encheram o Complexo Desportivo do Real SC, em Monte Abraão, no evento
que juntou Nani e outros rostos bem conhecidos do mundo da bola.
Oito
equipas de Benjamins B (2002) em competição, várias actividades de animação,
sessões de autógrafos e contactos com jogadores profissionais de futebol,
preencheram o programa do Torneio Nani 360º.
O evento
realizado num tempo recorde de duas semanas serviu para rever o antigo jogador
do Real. "Havia vontade de o voltar a trazer cá com um torneio com
dignidade. Surgiu uma aberta neste momento de folga no âmbito da preparação
para o Euro 2012 e nada mais eficaz em termos de notoriedade do que aproveitar
este timing para realizar esta homenagem e de certa
forma assinalar o regresso dele a casa, ao campo onde jogou o último jogo antes
de partir para o Sporting", explicava o coordenador do sector de futebol
de formação, João Pedro Ferreira, sublinhando os efeitos práticos que uma
iniciativa desta dimensão tem sobre as camadas mais jovens. "Quando o Nani
chegou, os miúdos simplesmente pararam de jogar, dirigiram-se todos para ele a
bater palmas e a gritar o nome dele. Isto diz
tudo".
Sempre ao som da música, com a bola a rolar
na relva sintética, os jogadores de palmo e meio tiveram oportunidade de ver de
perto outros craques. Durante a tarde, o Jogo das Estrelas juntou ex-jogadores
do Real, com quem Nani alinhou no clube da cidade de Queluz, a nomes mais
sonantes como Sílvio ou Jorge Mendes, o maior agente de jogadores do mundo.
"Isto é histórico, monumental. Já brinquei a dizer que ia tentar
vestir-lhe a camisola do Real e tentar contratá-lo", dizia visivelmente
satisfeito João Pedro Ferreira.
Na condição de espectadores
atentos estiveram ainda presentes Miguel Veloso e Costinha, que não poupou
elogios ao anfitrião. "O Real é um clube que tem formado muitos jogadores
e bons, ao longo destes últimos anos e é de louvar esta atitude do Nani de
voltar às suas origens, não esquecer o clube que o formou, porque hoje se ele
faz parte da Selecção Nacional, o Real tem uma quota-parte
nisso".
A tarde ficou ainda marcada pela oferta de
quatro balizas de futebol 7, no valor de 6500 euros. Um acto de generosidade do
jogador que não esquece as raízes. "O Real melhor do que ninguém sabe como
era difícil a minha vida. É sempre uma sensação fantástica, saber que posso
proporcionar momentos como estes e as crianças poderem acreditar que um dia
podem ser profissionais", confessava Nani, após ter sido descerrada a
placa com a qual o clube quis dizer: obrigado.
"É
um enorme orgulho ter aqui um dos melhores jogadores do mundo, formado neste
clube. É nisto que somos diferentes, na aposta muito grande que temos na
formação que não é comparável com nenhum clube aqui à volta. É pena o meu pai
não estar cá mas este é o trabalho que ele desenvolveu em prol da população e
principalmente na formação. É um evento que vai servir para elevar ainda mais o
nome do Real Sport Clube", vincava o presidente, José Manuel Libório,
antes de ser dado o pontapé de saída para a grande final, que opôs o Real ao
Estoril, num jogo que a equipa da linha acabou por
vencer.
Antes da entrega dos troféus, houve tempo para
uma troca de camisolas: Leonel Almeida, um dos três irmãos de Nani presentes,
ofereceu a camisola que o jogador usa ao serviço da Selecção, enquanto o Real
retribuiu com a camisola do clube.
O Torneio terminou
com a euforia dos mais pequenos, que pelo menos neste dia, viram mais perto o
sonho de serem os melhores do mundo. Tal como Nani. Que também ali jogou, no
campo n.º 2 do Real Sport Clube.